MÓDULO 3 – A
POPULAÇÃO BRASILEIRA
Brasil, um
país populoso
Ao estudar a
população de determinado lugar, como um município, um estado, um país, um
continente ou até mesmo do mundo inteiro, podemos conhecer várias informações
sobre as pessoas que vivem nesse lugar:
·
como estão distribuídas pelo território;
·
quais suas condições de vida;
·
qual seu nível de escolaridade;
·
qual sua taxa de crescimento natural, dentre outras informações.
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística), a população absoluta do Brasil é composta por 190.732.694
pessoas (Censo 2010).
Se compararmos a população absoluta do Brasil
com a de outros países, podemos dizer que o Brasil é um país populoso. Observe
no mapa abaixo quais são e onde se localizam os cinco países mais populosos do
mundo:
Agora,
responda às seguintes questões com base no mapa anterior:
1) Qual é o
país mais populoso do mundo?
2) Qual é o terceiro país mais populoso do mundo?
3) E o Brasil?
Está em qual colocação?
Como a
população brasileira cresceu?
Até meados
do século XIX, a população brasileira cresceu de maneira bastante lenta.
No período colonial, o número de portugueses que vieram para o Brasil não foi
grande. Muitos dos africanos que vieram como escravos acabavam morrendo devido
aos maus-tratos que sofriam. A população indígena também diminuía, devido às
lutas com os portugueses ou em função das doenças trazidas pelos portugueses.
A população
brasileira começou a crescer mais rapidamente a partir do final do
século XIX, quando os imigrantes começaram a chegar ao país. Em apenas 50
anos (cinco décadas), entram 4 milhões de imigrantes no Brasil.
Por volta de
1930, o governo brasileiro passou a dificultar a entrada de estrangeiros no
Brasil e, com isso, os fluxos imigratórios (entrada de imigrantes) começaram a
diminuir. Desde essa época, a imigração passou a contribuir de forma muito
reduzida para o crescimento da população brasileira.
O
crescimento natural da população brasileira
Além da
imigração (que ocorreu até 1930), o crescimento da população brasileira ao
longo do século XX ocorreu devido ao crescimento natural da população.
O crescimento
natural da população brasileira é também chamado de crescimento vegetativo.
O crescimento vegetativo acontece quando o número de pessoas que nascem (taxa
de natalidade) é maior que o número de pessoas que morrem (taxa de
mortalidade).
O crescimento
natural da população brasileira tornou-se mais elevado a partir de 1940, devido
à diminuição da taxa de mortalidade. Os novos medicamentos, as campanhas
de vacinação, a expansão da assistência médico-hospitalar e a
ampliação do saneamento básico (água tratada e rede de esgoto).
Nessa época,
as doenças que mais se alastravam, provocando grande número de mortes eram: sarampo,
tuberculose, tétano, cólera e febre amarela.
A população
brasileira cresceu rapidamente no século passado, mas apresenta um ritmo de
crescimento cada vez menor nas últimas décadas, pois na atualidade as famílias
optaram por terem menos filhos. Na década de 1960, as mulheres tinham, em
média, 6 filhos. Atualmente, as mulheres têm cerca de 2 filhos.
POR QUE AS MULHERES PASSARAM A TER MENOS FILHOS?
Para entender os motivos que
levaram as mulheres a terem menos filhos é preciso compreender as mudanças
pelas quais nossa sociedade passou nas últimas décadas:
1) A
mudança da zona rural para as cidades (a partir da década de 1970), aumentou o
custo de vida das famílias (alimentação, vestuário, saúde, educação,
transporte, moradia);
2) Entrada
da mulher no mercado de trabalho. Como era difícil as mulheres grávidas
conseguirem emprego, elas optavam por terem cada vez menos filhos;
3) Realização
de campanhas de controle da natalidade fez aumentar o número de esterilizações
entre as mulheres (laqueadora) e os homens (vasectomia);
4) Popularização
dos métodos contraceptivos (pílulas anticoncepcionais, preservativos).
A
pluralidade cultural do povo brasileiro
Os
brasileiros possuem uma cultura extremamente rica e diversificada. Quando
falamos em cultura, não estamos nos referindo ao conhecimento das pessoas, mas aos
aspectos que dão identidade a um povo: língua, jeito de falar, de vestir, religiões
praticadas, hábitos, costumes e tradições que são transmitidos de geração para
geração.
Essa
pluralidade (diversidade) da cultura brasileira tem origem na formação da nossa
população, que aconteceu a partir do encontro de diferentes povos: indígenas
(nativos), portugueses (europeus), negros (africanos) e imigrantes
(italianos, alemães, espanhóis, japoneses, árabes).
Cada
um desses povos deixou uma herança cultural que hoje está presente em nosso
modo de vida:
1) portugueses: nos deixaram a língua, a religião católica e doces à
base de leite e ovos;
2) indígenas: nos legaram o hábito de tomar banho diariamente,
descansar em rede e utilizar alimentos preparados com a mandioca e o milho;
3) africanos: criaram a feijoada, o acarajé, o vatapá, a cocada;
4) italianos: nos deixaram a pizza, a macarronada, a lasanha e a
polenta;
5) japoneses: nos apresentaram o sushi e o sashimi;
6) árabes: nos ensinaram a fazer quibes e esfirras.
Onde e como
vivem os brasileiros
O
Brasil é um país populoso, ou seja, apresenta uma população numerosa.
Entretanto, se distribuíssemos igualmente os brasileiros pelo território do
país, encontraríamos apenas 22 brasileiros em cada quilômetro quadrado (21
hab/km2). Isso significa que a densidade demográfica
(população relativa) brasileira é baixa. Alguns países possuem alta
densidade demográfica: Bangladesh (1.064 hab/km2), Índia (345 hab/km2)
e Japão (338 hab/km2).
Para
conhecer a densidade demográfica (população relativa) de um país basta dividir
o número total de habitantes pela área total de seu território. Veja como
calcular a densidade demográfica do Brasil:
·
Número total de habitantes: 190.736.694
·
Área total do território brasileiro: 8.514.876,5 km2
Dessa forma, podemos concluir que quanto
maior o número de pessoas em um lugar, maior será a densidade
demográfica desse lugar.
Por que a
população brasileira está distribuída de maneira tão desigual pelo território?
A
população brasileira está distribuída de maneira desigual pelo território. Essa
distribuição desigual está associada, principalmente, a fatores
históricos econômicos.
O
processo de ocupação do território brasileiro pelos portugueses começou no
início do século XVI, a partir do litoral. Assim, na faixa litorânea surgiram
as primeiras cidades e se desenvolveram as atividades econômicas. O
desenvolvimento da economia na região litorânea fez as cidades crescerem e se
multiplicarem. Atualmente, 90% da população brasileira vive nessa região, onde
estão concentradas as maiores cidades do país, como São Paulo, Rio de Janeiro e
Belo Horizonte.
As áreas
interioranas começaram a ser ocupadas de maneira mais efetiva a partir dos
meados do século XX (1950) e as atividades econômicas estão ainda em sua fase
inicial. Mesmo abrangendo quase a metade
do território brasileiro, o interior do Brasil abriga apenas 10% da
população brasileira.
As migrações
internas e o povoamento do interior do país
O
povoamento das regiões interioranas do Brasil, sobretudo as regiões
Centro-Oeste e Norte, aconteceu por meio de fluxos migratórios que ocorreram a
partir da segunda metade do século XX (1950).
Nessas
migrações, um imenso contingente populacional se deslocou das áreas mais
povoadas do país (Nordeste, Sul e Sudeste) em direção às novas fronteiras
agrícolas do cerrado (Centro-Oeste) e da floresta Amazônica (Norte).
Essas migrações promoveram o rápido crescimento populacional dessas regiões
que, até então, permaneciam como vazios demográficos (áreas quase despovoadas).
O
povoamento das regiões Centro-Oeste e Norte ocorreu a partir de três grandes
fluxos migratórios:
·
Década de
1960: a pobreza
de milhares de nordestinos levou grande quantidade deles a migrar em direção à
Amazônia para trabalharem nas novas áreas agrícolas ou nos garimpos abertos no
interior da floresta.
·
Décadas de 1960
e 1970: a construção
da cidade de Brasília abriu milhares de postos de trabalho, atraindo milhares
de nordestinos para a região Centro-Oeste.
·
Décadas de
1970 e 1980: o baixo
preço das terras e a abertura de novas áreas de colonização agrícola atraíram
grandes fluxos de gaúchos, catarinenses, paranaenses, paulistas e mineiros para
o Centro-Oeste e Amazônia.
Brasil, país
de grandes desigualdades sociais
Uma
das características mais marcantes da população brasileira é a existência de
grandes desigualdades sociais. A desigualdade social pode ser facilmente
observada na distribuição irregular da renda entre os brasileiros: alguns
ganham muito e a maioria ganha pouco ou nada. Com isso verificamos a existência
de bairros luxuosos ao lado de favelas, a existência de sofisticados shopping
centers (onde se vendem grifes e produtos originais) e shoppings populares
(onde se vendem mercadorias de “segunda linha”, não originais), automóveis
importados e carros velhos, restaurantes requintados e restaurantes populares
(onde se o cidadão pode comer com poucos reais no bolso), hospitais
particulares com excelentes equipamentos e equipe médica, enquanto existem
hospitais públicos que não têm sequer leitos para atender a população carente.
A
origem de tantas desigualdades sociais está relacionada ao modelo de
desenvolvimento econômico implantado no Brasil desde o período colonial, onde a
riqueza produzida no país fica concentrada nas mãos de uma pequena elite
(grandes empresários, latifundiários e alguns políticos), enquanto a grande
massa de trabalhadores, assalariada, vive em situação de pobreza, com
rendimentos que não conseguem garantir sequer suas necessidades básicas de
sobrevivência (alimentação, moradia, saúde, educação e vestuário).
A pirâmide
etária brasileira vem mudando
A
estrutura etária (idade) da população brasileira vem mudando ao longo das
últimas décadas. O país está passando por uma nova dinâmica demográfica, o que
vem alterando a forma da pirâmide etária de nossa população em função das
seguintes mudanças: redução no número de crianças e jovens (redução das taxas
de natalidade), aumento da quantidade de adultos no conjunto da população
(diminuição das taxas de mortalidade) e crescimento da quantidade de idosos na
população (aumento da expectativa de vida).